domingo, 8 de março de 2009

mulheres em ação!

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta,
anunciou:vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza
eora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.
Cumpro a sina.I
nauguro linhagens, fundo reinos--
dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
adélia prado


Eu tenho orgulho de ser mulher, sempre tive. Nunca desejei ser um homem, não! Queria ser mais mulher ainda do que eu sou, usar ainda mais da minha força, da minha feminilidade, da minha doação, dos meus instintos , do meu amor incondicional.

Não sou tão adepta do feminismo e tudo aquilo de fogueira com sutiãs, mas, vibro quando uma mulher brilha e fico boquiaberta com tantas mudanças e conquistas de mulheres em tão pouco tempo, o legado destas mulheres que hoje tem, 50, 60 anos é muito grande e a minha geração ainda foi de transição, mas, que ainda herdou desta vontade imensa de vencer , de ser independente, isto levado a sério, sem ter a naturalidade para as meninas de hoje em dia .

Existe tanto o que se falar sobre a mulher, sobre o que vejo nas mulheres que convivo, que admiro, seus conflitos, suas delícias e poderia falar de Alice Ruiz, Marie Curie, Ruth Rocha, Ruth Cardoso, FRida Kalo, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Marisa Monte,Cora Coralina, Regina Spektor, Meryl Streep, Carmem Miranda, Maria Lenk, Sofia Loren, Mercedes Sosa, Maria da Penha, Maria ( mãe de Jesus), Olga Benário, Virginia Woolf, Coco Chanel, Simone de Beauvoir, Pagu, HEloísa Helena, Clarice Lispector, Greta Garbo, Leila Diniz, Audrey Hepburn , Joana Dark, Kate Winslet, Gisele Bündchen Camille Claudel, Anne Frank, Raquel de Queiroz, Madona, Celina Guimarães Viana ( primeira eleitora), Chiquinha Gonzaga, Elza Soares, Diane Arbus, Anita Garibaldi, Ellen Gracie, Elis Regina, Hillary Clinton, Sasun Sontag, Erin Brockovit, Benedita da Silva, Maria Quitéria, Adelia Prado; sobre as musicas que adoro e que são dedicadas a mulheres: Luisa, Beatriz, Camila, Roxane, Ana Júlia, Marina, Amélia, Bárbara, Geni, Helena, Lígia, Yolanda, Dora ou as grandes personagens de ficção que me inspiraram como mulher: Madame Bovary, Medéia, Sylvia de Fellini, Mônica, Holly Golightly (bonequinha de luxo), Celine, todas as de Pedro Almodovar, Firmina Dazza, Amelie Poulan, Mulher maravilha, Francesca Johnson ( as pontes de madison),Gilda, Penelope, Julieta, Eneida, Kath, Lolita…. Mas, não.

Falarei sobre a mulher que me acompanha, a mulher que me concebeu, que me protege todos os dias, a minha mãe!

Fugiu de casa aos 18 anos para se casar com seu grande amor, teve quatro filhas, foi dona de casa, em uma época em que as mulheres começaram a sair de suas casas para trabalhar, se culpou por isto. Mas, não precisou emocionar plateias ou mudar o rumo da humanidade para ser uma grande mulher, ela se doou a família com extrema dedicação conservando sua essência, sua personalidade e estando em casa cuidando de meninas, incutiu em nós a vontade de ser mulheres livres, independentes e de enfrentara vida, com força, vontade, delicadeza, mais acima de tudo com amor!

Vejo esta mulher, que tem mais de 60 anos, se olhando no espelho, se admirando, passando seus cremes, vejo nos seus olhos vivos de uma adolescente, a vida e o amor pulsando! Seu exemplo e amor está em mim em todas as minhas relações sociais.

“Estamos juntas nisto!”. É isto que ela me diz sempre, ela sofre comigo e em muitas ocasiões acho que como mãe, ela, sofre mais que eu! Ela me abraça, me beija, me dá colo, afaga meus cabelos, passa pelo seus olhos o sopro do amor, arruma mil e uma maneiras de me fazer sentir bem, faz sucos maravilhosos a qualquer hora do dia e da noite, sua comida caseira incrível faz com que sempre tenha apetite, me dá agua de coco na boca, me leva frutas e coisinhas a mão, me faz tomar na marra chás, diz que tudo vai ficar no passado e que eu sou linda e maravilhosa…..!
Ai…. Esta mulher!
Diz que sua nenenzinha até ficar curada….
Ai, esta mulher…

Esta semana olhei para seus olhos e vi que tinha olheiras. Sofri com isto. Não queria isto, queria que depois de tantas coisas que passou na vida, tantas lutas difíceis, queria que fosse um momento de descanso na vida. Não quero que ela sofra mais!

Quero coloca-la em um lugar diferente, neste dia das mulheres, para que receba as glórias de ser uma heroína. Nesse dia de mulher, queria ser sua escrava: abana-las com penas de pavões dos confins da África, preparar um banho de espuma com óleos essenciais das florestas longínquas do Canadá, fazer massagens com as técnicas orientais milenares, preparar um jantar com as maravilhas gastronómicas dos melhores chefs franceses e antes de dormir, para terminar o dia, a levo para ouvir ao vivo um concerto de André Rieu…

Ai, esta mulher…
Desculpe, Amélia, mas, Luciles, é que é mulher de verdade!

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado Renata, viva você e sua coragem, e a doçura de tua mãe.
beijo