quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Guardando as fantasias!

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond de Andrade




Quarta-feira de cinzas, e passado o carnaval, algo neste post, tinha que ser de carnaval, esta época de embriaguez nacional, surto de felicidade territorial! Não, nada contra! É válido que uma vez por ano as pessoas coloquem suas “personas felizes” nos corpos e caras e pulem para comemorar o simples fato de estarem vivas ou suas pequenas conquistas cotidianas pessoais. É lógico que, como tudo nestes tempos, vendo por olhos televisos tudo parece imenso demais, cansativo demais, enjoativo demais, cliché demais. Nos meus desejos e possibilidades, não sou daquelas que quer se afugentar em um lugar deserto longe de tudo e todos maldizendo a festa mundana de peitos e bundas. Não! Acho mesmo lindas aquelas mulatas esculturais sambando entre brilhos e plumas. Quando as vi pela primeira vez ao vivo, foi a mesma emoção de ver as dançarinas de tango em Buenos Aires ou as de Flamenco em Madrid, por isto, tenho vontade de ver e ouvir o carnaval do Rio das escolas e também tenho vontade de escutar o som da Timbalada na Bahia, do maracatu em Recife, dos bonecos e marchinhas em Olinda e os blocos de rua em Ouro Preto.

Então, falo sobre o carnaval, digo que sou esquerda liberal e coloquei um verso do Drummond para começar o post. Quanta confusão! Pareço confusa?

Vamos lá, sinto-me com as emoções diferentes depois que descobri a doença. Têm dias que o stress de um problema ou de algo acontecido, algo pequeno, me deixa até na cama. E têm coisas que em outras épocas me deixariam muito triste ou preocupada, não me causam qualquer sentimento, meio que pequeno que nem percebo. E como disse o blogueiro Tadeu: “estranho que algo mexe conosco e ficamos muito mais emotivos(seja raiva ou tristeza), pra você ter uma noção, lágrimas correram comigo assistindo Globo Reporter”. É sim, é assim que também me sinto, a “Flor-da-pele”.

As vezes choro um choro estranho, como nunca chorei uma mistura de felicidade por poder estar viva e algo como reviver o medo de não estar viva e bem. Não dá para explicar, alguém pode explicar? A maioria das lágrimas que saem dos olhos são estas…

E sim, em épocas de carnaval, chorei e me emocionei com Neguinho da Beija-flor, um grande homem com aquela aparência de forte e leão, chorando em todas as vezes que o entrevistaram. Não pensem que gosto do circo e sensacionalismo que a mídia faz para nos comover, para levar sentimentos superficiais a comoção nacional e formar um inconsciente coletivo manipulável e em outras épocas criticaria as reportagens, mas, estando no mesmo time do Neguinho, eu ENTENDI completamente aquele choro, chorei com ele! E, mais que isto, entendi a força que ele teve em cantar sob os holofotes do verão carioca para a massa sambante na pista carnavalesca. (Pois é, eu nem devia dizer, mas….)

Outro caso que me chamou a atenção nestes últimos dias, foi a entrevista do José de Alencar aos repórteres na saída do hospital. (Nem devia dizer mas, esta lua…). Então, explicando novamente sou de esquerda, na época que era “petista”, nunca engoli José de Alencar e sua aliança com o eternamente presidenciável Lula, suas internações em decorrência do cancêr sempre me passaram desapercebidas ou vinham com algum comentário impróprio para o horário e local… Mas, desta vez, jogando no mesmo time, ouvi com outros olhos as palavras ditas na entrevista depois de uma cirurgia de 18 horas para retirada de tumores e a saída do hospital fazendo questao de ir até o carro andando, sem o uso das cadeiras de rodas.

Suas palavras me chamaram a atençao e lembrei dos incentivos e comentários dos meus conhecidos e amigos. Sempre falam da minha força e da minha vontade viver, eu digo, não é nada demais, é apenas senso de sobrevivência!
"Onde está a coragem para um cidadão que não tem alternativa? Enfrentar a cirurgia não foi coragem, mas uma decisão única”, foram estas suas palavras e que casam com este sentimento instintivo que temos e que precisamos colocar em prova todos os dias.

Procurei ajuda espiritual, assim que soube do diagnóstico, e nunca mais esqueci das palavras das pessoas que me acolheram em sua sabedoria, e eles me disseram para lutar a cada dia sem se importar com outras coisas, lutar e saborear cada vitória no tratamento e enfrentar tudo que viesse, do mais suportável ou mais insuportável e se o fim de tudo fosse a morte, bem, que estivesse preparada para ela também. Por isto quando rezo, peço, para Deus, força e paciência para enfrentar tudo com dignidade e quando termino repito como um mantra “CONFIO E ESPERO EM VÓS”. Assim, José de Alencar, na sua sabedoria de um homem de setenta e sete dias, sendo de direita e conservador, bradou: "Não temo a morte. Peço a Deus que não me dê um dia a mais de vida se eu não puder me orgulhar desse dia."
Nesta quarta-feira de cinzas, ressaca de carnaval “não pulado” , começo de um período de reflexão em Jesus, de renovação espiritual em penitencias, dia em que fiz minha penúltima sessão de quimioterapia, me senti como um “bêbado e um equilibrista” do João Bosco , no fim da folia, dançando na corda bamba de sombrinha e trazendo a esperança equilibrista que sabe que o show de todo artista tem que continuar!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

post supercial, estético......rs

Hoje, depois de algumas tentativas consegui, enfim, colocar uns cílios postiços!
(risadas......rsrsrrr...)

Achei que ia conseguir e consegui......... e ficaram enormes e pretos.....
( risadas......rrrrrrrrrsrssrsrsrsr)

estou me achando a......... Sophia Loren!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

o que é a vida........ não são momentos?





Acordei , colada na cama. O muito frio e o muito calor da noite inteira, que me fizeram na pele um tipo de cola “durepox”.
Colada, abri os olhos o dia amanhecendo.
Colada, lembrei de ser sábado.
Colada, lembrei que tenho um enjoo ainda resquício da ultima sessão bombástica.
Colada, senti o gosto amargo e a boca seca de tantos dias.
Colada, me senti entediada perante a vida, o tratamento.
Colada, pensei em tudo que poderia fazer no sábado de sol e nada e nada e nada do que eu pensasse em qualquer lugar do mundo, com qualquer pessoa do mundo, me impulsionou a me animar a sair da cama.
Colada, como se a os últimos dias tivessem me consumido por dentro.
Colada, e o dia terminando de amanhecer.
Colada…assistindo um desenho animado de que me faria rir
Colada, água de coco e suco de framboesa
Ainda colada, senti as lágrimas escorrendo do meu rosto, meio sem querer, meio que querendo, assim, senti meu corpo, entrando colchão adentro numa viagem de cansaço, desanimo e entrega.

Amanheceu.
Que belo céu azul me mandaram para o sábado!

(Olhei)
Descrente. Incrédula. Insossa.

A grande viagem no colchão recomeçou, um imenso céu azul não surgiu efeito.

(Continuando colada)
Mesmo a manhã dando todos seus sinais que havia toda a vida AINDA…

Gata entra no quarto. Boa intenção a dela. Deita sobre o meu edredon de estimação, e me pedi carinho.

Banho demorado…….. quente, forte. Agua escorrendo pelo ralo. Cheiro de alecrim do sabonete. Dentes. Os mil cremes para o rosto.

Volto e me (COLO) na cama.

Entediada. Olho para o celular. E vejo na porta da entrada uma foto minha com minha irmã, um mês antes de tudo começar.

(RelembrANDO o dia)

O show do Ney Matogrosso, Inclassificáveis!
Vou para as fotos e relembro tudo. Sempre fui fã dos Secos e Molhados, nunca poderia ter visto um show deles, já que não condiz com minha geração, mas, ficou a vontade de ver o Ney, com aquelas suas roupas, suas performaces, sua voz, sua perversão, desfilando em liberdade.

(Sorrio sozinha: existem coisas na vida que até deus duvida é o DIABO A QUATRO, querida!!!!!)

Fiquei bem perto do palco, meu coração ficou em pulos quando sua sombra apareceu por trás da cortina e quando ele apareceu…. Ai….

(Renata gritando: lindo, abusado!!!!)

E que liberdade……. Que roupas lindas…. Que voz espetacular… que músicas e letras incríveis. Revi cada foto, revivendo novamente aqueles momentos de encantamento….de felicidade, de prazer.

(descolando e suspirando)

Na primeira e segunda sessão de quimio, toda faceira, levei duas coisas: meu IPOD com inclassificáveis do Ney e a versão ao vivo do Back to Black, da louca amy Winehouse e o livro do James Joyce ( Retrato de um Artista enquanto Jovem). Preciso contar o que aconteceu? Enjoei!

( os que estão em tratamento me entenderão. Enjoamos das coisas, facinho… E não só da comida. No momento, estou enjoada da clínica, do cheiro da luva, de ver o meu xixi no vaso sanitário e incrivelmente enjoei do curativinho que colocam onde fica o cateter. Assim, o meu ta aqui faz 5 dias e não consigo tirar, porque enjoo)

Por isto, meses me afastaram destas músicas, do livro…
( ESTRANHO)

Mas, a vontade de escutar e a liberdade que senti naquele dia me imundou!

(Descolei da cama)

“Viver e morrer é de menos.
A vida inteira pode ser qualquer momento
Ser Feliz ou não é questão de talento”


os versos martelavam minha cabeça. A voz que enfeitiça do Ney nas palavras da minha poetiza preferida… Alice Ruiz
Viver e morrer é de menos………. Trocando de roupa!
Viver e morrer é de menos………. Passando maquiagem!
Ser Feliz ou não é questão de talento……colocando meus colares
Ser Feliz ou não é questão de talento….. me vestindo do meu sorriso
A vida inteira pode ser qualquer momento….saindo a rua
A vida inteira pode ser qualquer momento….. esforço para atender minha paciente….
Leve a semente…..

escutando todas as músicas, com alma descolada olhando para este céu azul que meu sábado de trouxe….


(cantando alto no carro, novamente os versos a grande Alice Ruiz)


(eu e meus hormônios se agitando)


(eu refazendo a idéia do meu sábado)




Amanhã te escrevo mais
Deste diário moderno
Junto as saudações finais
Mando um beijo fraterno

Ney ----- existem coisas na vida que até deus duvida é o DIABO A QUATRO, querida

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

fechada para balanço!

É normal para todos, em determinadas fases limites da vida, se perguntar sobre o rumo que sua vida esta seguindo: “é para este lado mesmo que quero seguir”? São momentos em que na maioria das vezes temos a sensação de estarmos simplesmente seguindo o curso, percorrendo os caminhos sem saber se realmente estamos no controle, na direção, no volante, no leme....

Decidimos mesmo sobre o que fazer com a nossa vida ou andamos e fazemos as escolhas que convêm com escolhas antigas?
Sempre me perguntei sobre isto, sempre me questionei insistentemente, me cobrei muito sobre ter as “rédeas” e poder simplesmente mudar tudo ! Uma sensação de poder e força sobre o próprio destino!

Não parece algo simples?

E então, se descobre que algo maior , muito maior que a suas escolhas ou caminhos cómodos da vida, está no comando da sua vida e morte.

Em um dos momentos difíceis nesta luta presente, não tendo, um diagnóstico final e nem sabendo a proporção do avanço da doença no meu corpo, a possibilidade de “morte”se materializou na minha frente, como nunca! Que pensamentos horríveis das coisas que não tinha feito e gostaria de ter feito, as coisas que adiei, dos lugares que não fui e dos que eu gostaria de voltar, dos sentimentos e momentos que gostaria de reviver. Uma sensação difícil de se guardar dentro do peito , dentro da cabeça.

Aos poucos, este sentimento foi sendo substituído, mesmo porque a possibilidade de morte raramente povoa meus pensamentos, mas, o que sobrou foi o “balanço geral”. A desconstrução e reconstrução. O que vale a pena e o que não vale um tostão furado. Esta privação de estar com o “freio de mao” puxado (rsrsrsr…) por alguns meses e o VALOR DA VIDA!!!

Assim, fico longos momentos pensando nesta lista de coisas que quero fazer a curto, médio e longo prazo… aí ( suspiros…..).

Deixo aqui, documentado e lavrado em “Blogtório”, esta lista e não necessariamente a ordem é de importância, tempo ou prioridade:

Aprender a costurar
Desenvolver minha habilidade manual e criatividade através de trabalhitos artesanais
Tocar bateria
Comprar uma bicicleta e pedalar muito !!
Cozinhar mais
Fazer um trabalho voluntario
Mudar tudo que me incomoda na vida profissional
Encontrar mais com meus amigos
Ler e escrever muitos poemas
Ler todos os livros de Gabriel Garcia Marquez
Ter minha casa com aquela parede cheia de fotos, uma gata fofa, lençóis brancos
Tomar banho de mar a noite e nua
Estudar mitologia
Ver mais amanheceres e mais entardeceres
Colocar meu lado espiritual como prioridade
Aprender italiano
Talvez um outro curso superior
Ter uma família com quem amo e me ama
Desligar das coisas supercifiais do mundo e me ligar nas coisas que tenham realmente importância e profundidade
Passar um carnaval em Olinda e voltar para Paraty
Adquirir o hábito de correr pelas manhas ou tarde
E para nunca mais esquecer e me lembrar sempre: vou olhar e memorizar estas fotos: os lugares que quero andar, ver, sentir o cheiro:


região da toscana, Itália



São Luís do Maranhão


Machu Picchu (Peru)


Cidades historicas de Minas Gerais


Cartagena das Índias ( Colombia)


Aparados da Serra ( Parque Itaimbezinho)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

filosofando até cair os cabelos.......

Sempre discuti preconceito com minha família e meus amigos, é um assunto intrigante e que, de certa forma, nunca me desceu muito bem! Sem dúvida é um traço marcante da "não evolução" espiritual do homem. Não dá para entender como, com tanta evolução tecnológica por últimos 50 anos, preconceito,ainda exista...

Nunca, na minha história regressa, fui vítima de preconceito. Uma menina normal, que de "diferente" da massa, conviveu e sobreviveu sendo sempre a mais alta da turma, tá…. Alguns apelidos e piadinhas que nunca foram pedras no meu sapato.

Agora, estou em uma situação diferente. Tenho uma doença que, dez entre dez pessoas morrem de medo. Que só de pronunciar o nome estremece dez entre dez colunas vertebrais. O vilão que não poupa ricos ou pobres, pretos ou brancos, bonitos ou feios, altos ou baixos….Ainda assim, não sei se a melhor palavra para definir o sentimento das pessoas quando falo o que eu tenho é na maior parte o “preconceito”, acho mais complexo que isto e quando isto estiver bem formulado, dedico um tópico especial.

Mas, o que mais faz com que os olhos se voltem para nós, pacientes em tratamento quimioterápico, é a careca. Meu cabelo não caiu completamente com a quimio. Está curtíssimo e com falhas. Decidi deixar assim já que (incrivelmente) muitos cabelos novos estão nascendo e os velhos estão crescendo. Mas, mesmo assim, noto os olhares das pessoas em cima da minha careca, dos meus lenços.

O fato mais curioso e que me fez sentir na pele o PRECONCEITO, foi alguns dias atrás quando estava em uma loja lendo jornal, cheio de pessoas por perto, uma garotinha começou a apontar para mim e dizer “ela é careca”, agi como se não fosse comigo, mas, todos começaram a olhar e ela começou mesmo a gritar e apontar. Fiquei muito constrangida e comecei a rir, o clima ficou pesado, a mãe, em vez de fazer algo, explicar ou repreender, riu também. Mantive o salto, mas, escutei comentários sobre o acontecido, repliquei que era apenas uma criança, mas, no fundo senti nojo pela atitude da criança e principalmente da mãe.

Bem, já falei em outro tópico sobre nossas carecas ( http://hodgkineuconheoestecara.blogspot.com/2008/12/cabelo-cabeleira-cabeludo-descabelada.html ) e também postei fotos minhas, com coisas bem humoradas na cabeça http://hodgkineuconheoestecara.blogspot.com/2009/01/sobre-cabea-qualquer-coisa-no-rosto.html e até parece um assunto recorrente neste blog, mas, não tenho culpa se para nós: É DAS CARECAS QUE ELES GOSTAM MAIS…. rs.








Então, quem não se lembra da Demi Moore (2) linda, provando sua força no filme Questão de Honra, careca. Da atriz Sigourney Weaver (3) mega corajosa lutando contra o Alien no espaço, careca. Ainda, tem a Natalie Portman (4) que se viu livre das madeixas para atuar no filme V de vingança e a Sienna Miller (7) que fez o mesmo para atuar em Camille.

E ainda no Brasil, foi marcante na novela Laços de Família, em mais um merchandising social global, a cena da atriz Carolina Dieckmann (1), raspando seus cabelos aos prantos ao som da música sentimentalóide "Love By Grace", bem, pessoalmente, ceninha que contribuiu muito para este medo coletivo da “careca”!
E tem as que exibiram sua careca por causas nobres como Patrícia Pillar no tratamento de um câncer de mama (5) e as que assumiram suas carecas como uma questão de atitude: a mega roqueira e guitarista Joan Miller (6) e a cantora irlandesa Sinéad O’Connor (8).




Vivem fazendo simulações sobre como seriam celebridades famosas carecas e existe até a brincadeira “fulana ficaria bonita até careca”. Existe até um site, onde é possível fazer esta simulação (http://www.worth1000.com/galleries.asp?rel=Bald+Celebrities&displa) e lhes digo que Angelina Jolie pode escolher ficar careca de olhos fechados…rs.



Ah, é, têm os homens, Jack Nicholson no filme Antes de Partir; Daniel Day-Lewis, Samuel L. JAckson; Bruce Willis; Raul Cortez, Kevin Spacey, Ronaldinho…





Mas, apesar de ter Lex Luthor, como o careca do mal mais famoso, como não lembrar dos carecas que falam de paz, bondade e felicidade como: Betinho, Gandhi e Dalai Lama...



E para terminar….. tem aqueles carecas que nos tiram risadas. ( Cebolinha, palhaço Carequinha, Homer, Et, Shrek, Mestre dos Magos, Charlie Brown).

Risadas, não do mau gosto, de se rir na crueldade humana….Mas, risadas pueris, destas que nos fazem esquecer a mesquinhez e lembrar que vale a pena continuar lutando, vivendo…....

Como diz a minha "filosofa materna": cabelo, vichi... cabelo é o de menos....