terça-feira, 23 de março de 2010

1 ano depois: COMIGO É NA BASE DO AMOR E DAÍ?



A minha adolescência coincidiu com uma época maravilhosa da música: o surgimento do rock nacional. Titãs, Barão Vermelho, Engenheiros, Paralamas, Titãs, Camisa de Vênus, Ultraje, Legião Urbana diferentemente da imagem careta que adquiriram nos programas dominicais atuais, eram rebeldes e ousados.


Conversando com uma amiga as diferenças de época, relembramos a fita cacete e o dedo no “rec” quando nossas músicas preferidas eram reproduzidas nas rádios FMs. O locutor ressaltava que “ fulano pediu esta música PARA GRAVAR”, sendo assim, nenhuma vinheta iria atrapalhar a reprodução insistente das nossas músicas preferidas. O mais bonitinho, era ficar com os dedinhos de uma mão no pause/Play e na outra mão o papel e caneta tirando a letra das músicas para depois cantar “FAROESTE CABOCLO” em toda altura com as amigas na escola. Estas eram as músicas “ de massa” na época e fui contaminada por elas. Fui contaminada musicalmente novamente quando emprestei um Cd ao vivo do Eric Clapton do irmão mais velho de uma amiga minha, e depois quando um amigo me deu uma copia de umas musicas antigas do Caetano Veloso (até então achava MPB um chatice )e definitivamente foi um vinil antiquíssimo de um professor da faculdade da Bessie Smith que consolidou meu gosto musical.


Adoro música. Não sou “eclética”, porque acho esta definição para quem fica na supercifialidade de ritmos, mas, gosto de música BEM FEITA. Sim, acho que a música é uma excelente diversão, mas, não gosto desta única definição para a música. Sim, ela nos diverte, porque disperta a alegria, a vontade viver, mas, não é só isto… Ela nos faz pensar, nos pode fazer viajar para momentos que não vivemos, lugares que não fomos, sentimentos que não temos ou não vivenviamos ou, reviver momentos especiais.


A música agora faz parte do MERCADO. E o mercado precisa que no mundo as pessoas sejam felizes com bens de consumo, que sejam felizes com prazeres descartáveis e superficiais, assim, a música do mercado nos quer fazer PULAR de felicidade, nos quer COLOCANDO A MÃO NA BUNDINHA de alegria, nos quer TODO MUNDO JUNTO de delírio…


Gosto dos ritmos regionais! Aqueles que são genuínos, que são folclóricos, que nos faz entender um pouco a história de um povo. Mas, tenho preconceito quando os ritmos regionais se tornam de massa, deixando a qualidade e expontaniedade de lado em nome do tal mercado do PÕE A MÃOZINHAS PARA CIMA!


Divaguei.


Sei que sai completamente do foco deste post. E sabe, to nem aí! Afinal faz um ano que terminei minhas 16 sessões de quimio e com este tempo no currículo, perdi, achei… perdi e achei….achei e perdi novamente o FOCO muitas vezes.


Sinceramente, TO NEM AI, em me sentir perdida, sem FOCO mesmo. Está se distanciando da época que o Cara, linfoma, fez parte da minha vida e admito, NEM Aí, que o medo da doença me ronda de vez em quanto. No dia 9 de Abril faz aniversário de 1 ano meu exame controle, o PEtcan, isto significa que refazendo meus exames trimestrais nesta data e na certeza que o linfoma foi dar uma volta a galáxia MERDIS (e se perdido entre planetas escuros), no começo do mês assino minha condicional, e não precisarei “dormir na prisão linfática” de 3 em 3 meses e só quem faz este controle sabe o quanto este exames trimestrais são ansiosos


Um ano, muitas coisas aconteceram. Tive perdas significativas, mas, ganhei muito mais, me sinto como se este tempo estivesse em uma encubadora, me fortalecendo antes de sair para a vida real e aguardo cenas dos próximos capítulos para saber como os ganhos e perdas vão influenciar na minha vida a partir de agora.


Olhando para traz, hoje, não tenho grandes conselhos, teorias, apontamentos ou dicas para dar. Estou na fase da filosofia do “COMIGO É NA BASE DO BEIJO….”


Como assim?


É , não suporto este axé da boca dos “pulativos” trios elétricos, mas, não tenho mais FOCO, não digo mais nunca, nem nunca mais e muito menos para sempre, não quero saber das coisas que me faz mal, das intrigas, passo longe e das brigas só as que valem a pena. Comigo, agora, é na base do beijo.


Sim, nas minhas noites de música, não entra esta música comercial DA CULTURA DA FELICIDADE, mas, comigo é mesmo na base do beijo, COMIGO É NA BASE DO AMOR.


Entao, no início deste post, este alguém que escreve, descreve sua formaçao musical formação primorosa e e no final "solta" esta teoria filosófica de “ comigo é na base do beijo, comigo é na base do amor”... Devem estar me achando prolixa e incoerente, e eu com isto? “comigo é na base do beijo, comigo é na base do amor” e se alguém me olha torto porque estou vestida de uma maneira simples, e eu com isto? “comigo é na base do beijo, comigo é na base do amor” e se a fulana falou da ciclana, e se a ciclana disse que eu…… , e eu com isto? “comigo é na base do beijo, comigo é na base do amor……………


SEndo assim, criei esta filosofia baseada na música de “QUEM PULAR MAIS ALTO É MAIS FELIZ” e ela diz que: o que importa é o que eu sinto, o que importa é o amor e os nobres sentimentos. O que importa é o bem-estar, os bons argumentos. Diz também que a única coisa que quero saber da vida dos outros é se são pessoas que contribuem para um ambiente melhor e não me importa o que pensam de mim, nem o que represento.


Troquei a intolerância de coisas que já não tenho paciência, por cantar baixinho ou alto, “COMIGO É NA BASE DO BEIJO, COMIGO É NA BASE DO AMOR”…..


Então é assim, com certeza assino minha condicional em Abril, daí, leitores, me segurem, porque nada adiantou a minha profunda lapidação musical de anos… ERGO AS MAOZINHOS, REBOLO A BUNDINHA E CANTO BEM ALTO atrás do trio elétrico: comigo é na base do beijo, comigo é na base do amor….. comigo não tem disse me disse………….

quinta-feira, 18 de março de 2010

...

Ergo a cabeça contra o vento, e em uníssono com ele aceito compreender que sou mortal. E tudo passa por meus sentidos. Não tenho a doença dos homens de joelhos que me quis pôr um mundo estúpido que nem mundo o vejo! Não preciso agarrar a vida num relógio de pulso, tenho um coração de verdade que mede meu tempo. Aceito ser mortal! Olho para o mundo, para o horizonte inalcançável, e, incansável de existir, aceito minhas pernas sem tê-las por miúdas. Meus olhos... Se veem demais, sou grato! O instrumento que estou, se assim se dá uma ocasião, satisfaz a si próprio por realizado nos cumes.


F. Melacocci
(publicado em: http://entimesmado.blogspot.com/)

Li e lembrei deste meu espaço, onde assumi a minha posição de mortal!

terça-feira, 2 de março de 2010

A poesia que existe na vida...


Conhecem as moças da foto?
Lola e Brigitta. Também não as conhecia! Mas, me fiz conhecer!
As conheci através desta foto que me foi enviada por uma amiga querida a Hegli (http://educacaoambientalcontemporanea.blogspot.com/) , ela é apaixonada por imagens antigas e começamos a conversar sobre as duas moças, sobre o glamour da foto, sobre viver em uma outra época que não fosse a nossa, sobre a conquista da liberdade de escolhas das mulheres e principalmente sobre a amizade!


E então, uma grande vontade de escrever um conto sobre elas me tornou inquieta.
Tenho um carinho especial por esta história, porque foi a primeira grande história que dispertou em mim a vontade ESCREVER um conto. As imagens e sentimentos imaginados para as personagens nao foi possível em um resumido conto e tenho inumeros fatos em fasches guardados em palavras e em imensa vontade escrever descontrolavelmente.


Lola E Brigitta, me fizeram mergulhar em uma época que não vivi, mas, tem a liberdade e o amor pela vida que são meus objetivos de vida para sempre e é lógico que esta história está intimamente ligada com a euforia que senti logo após o término do tratamento!


Mergulhei neste universo e desenvolvi broches lindos com tecidos nobres e plumas com o nome "Lola e Brigitta" e me envolver com tudo isto me faz sair da rotina que nos castiga e nos prende.
A quem diga que esta história ainda vai virar um livro....


Oxalá, espero todos na festa de lançamento!